A música erudita está mais perto do que você pensa - III

Mais um post da série. Dessa vez eu vou falar da música de concerto em lugares mais comuns e acessíveis do que no cinema: no dia a dia.

Sim, ela está lá. No toque do seu celular, na sua caixinha de jóias e até na musiquinha que você canta no aniversário da sua amiga. Vamos por partes.

O exemplo clássico: você telefona pra algum lugar e a atendente diz pra você aguardar um pouco (ca-ham) na linha. Coloca uma música pra sua espera ser mais agradável (mas na verdade vc tem vontade de atirar o telefone longe porque ninguém aguenta ficar 40 minutos ouvindo os mesmos 8 compassos) e qual é a música? "Fur Elise", de Beethoven.
Procurei uma versão mais interessante porque eu sei que ninguém aguenta mais ouvir isso.




A mesma música também é usada em porta-jóias, aquelas que você abre e tocam música da forma mais desafinada possível. Já vi várias tocando também um tema do ballet Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky.





Toque de celular. Todo aparelho tem pelo menos 1 toque que é uma música erudita. Nunca vi, até hoje, algum aparelho que venha sem. O do meu é a ária "O Mio Babbino Caro", da ópera Gianni Schicchi, de Puccini. Já vi a "Ária da quarta corda", de J.S.Bach; o tema do Toreador, da ópera Carmen, de Bizet; o "Canon em Ré Maior" de Pachelbel.

Não vou colocar todas as músicas citadas aqui. É só ir no youtube que tem todas elas. Optei por colocar pra vocês verem "O Mio Babbino Caro", na interpretação de Maria Callas. Ela dispensa apresentações. Um absurdo de voz e interpretação.



Agora o aniversário da sua amiga. Você canta o parabéns, ok, normal. Aí alguém começa a cantar aquela idiotice de "Com quem será que a fulaninha vai casar".
Nada mais é do que a marcha nupcial da ópera Lohengrin, de Wagner, que ganhou uma letra idiota que os malas adoram cantar.
Coloquei o trecho inteiro pra vocês verem o contexto dela, mas se você quiser ouvir o tema direto é só avançar até 3:45.