Você segue a moda ou ela te persegue?

A gente acaba ficando louca com essas revistas femininas que trazem, em cada edição (seja quinzenal, semanal, mensal; isso inclui alguns blogs também) 149 tendências para arrasar neste verão/inverno/primavera/outono, 873 peças incríveis, 231 acessórios essenciais para viver e por aí vai.

De onde esse povo tira tanta coisa diferente? Como que a gente quase nunca encontra isso nas lojas? Quando encontramos, nas lojas carésimas, não podemo$ pagar. E agora? Sou brega, fora de moda, tô usando uma roupa do verão do ano passado, todos vão rir de mim mimimi. Mas eu queria tanto aquele colete...mas eu preciso daquela calça! E aquele sapato, omg! Como consegui ficar sem isso até hoje?

Eu já fui mais assídua com revistas femininas. Algumas tem matérias interessantes além das de tendência e moda, como alguma entrevista, dica de viagem e tal. Tive minha fase Carícia (nem existe mais), Capricho, Criativa, Gloss... Essas duas últimas eu comprava mais pela sua composição visual (diagramação e tal, afinal, ainda sou designer gráfico), mas o conteúdo não mudava muito. Isso me incomoda, ver tantos números de peças de roupas/acessórios/maquiagem que eu não tenho condições de ter tudo.

Creio que 90% dos conteúdos de revista feminina sejam com algo relacionado à moda ou tendências. E isso o tempo todo é meio chato... na internet tem tantos blogs especializados nisso. De vez em quando abro algum e vejo umas "famosas" americanas que eu nunca vi com uma cor de esmalte X, um vestido com babado Y e drapeado não-sei-aonde, um sapato com tirinha W e com salto Z - SUPERTEMDENSIA JA VOL NA PROXIMA FESTA INGUAL!!

Qual é a graça de imitar uma famosinha estrangeira que é guiada por um personal stylist e nunca te viu mais gorda? Eu hein. (imitar quem te conhece também é feio :P)

Por que as revistas femininas insistem em jogar tanta tendência aos nossos olhos, mal deixando a gente respirar entre uma edição e outra?

Esse trecho que eu tirei deste blog sintetiza bem o que eu quero expressar:

Essas "tendências" são fabricadas artificialmente. Há toda uma indústria que gira em torno delas. Não é possível vender sempre a mesma roupa, nem o mesmo modelo de sapato, a mesma tintura pro cabelo e o mesmo esmalte, né? São os fabricantes, as revistas, as novelas... Uma marca paga milhões para o artista vestir um modelo X de roupa, anuncia em N revistas, sites, blogs, etc e CRIA a "tendência".

Veja bem, eu não estou criticando a moda em si, quem estuda moda ou gosta de moda. A minha aversão aqui é essa manipulação do que a pessoa tem que vestir ou deixar de vestir a cada tempo, semana, hora. É muita apelação. Chega!

Uma coisa é você folhear uma revista/ler um blog em busca de algo inspirador, e outra é fazer a mesma coisa e ser bombardeada de mensagens (subliminares até) dizendo que se você não usar o azul da estação estará out 4ever e ninguém vai te amar.

Eu acho FAIL um monte de gente usando tudo que é tendência que aparece; a maioria não se enxerga e não vê que muita coisa não combina com seu jeito de ser, sua personalidade. Tem coisa mais brega do que esse pessoal que anda na moda de novela? A atriz da novela usa um brinco de pena e pronto, todos os seres humanos usam brinco de pena agora, está super em alta! A cantora X usou um esmalte verde, agora todas as mocinhas super antenadas TEM que usar o esmalte verde no tom dela, senão vai ficar pra trás (mesmo que a criatura só use base e renda a vida inteira, começa a usar verde agora). Estão entendendo onde quero chegar?

Eu penso que: se você quer acompanhar a moda, absorva somente o que lhe serve. Modelos ficam bem com tudo, mas você e eu não. Nós, reles mortais, somos baixas ou altas demais, gordas ou magras demais, temos ombros largos ou caídos, temos um pneuzinho, temos muito quadril ou falta dele, temos bunda demais ou nenhuma, coxa grossa ou fina demais...nem sempre nosso rosto combina com o "corte" do momento, daquela atriz famosa ou daquela cantora que está arrebentando nas paradas. Nem sempre aquela cor combina com nosso tom de pele.

Resumindo: tenha bom senso.