sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Nossa Herança Comportamental e os Padrões de Comportamentos Repetitivos (PCR)

Para quem já vivenciou o SER LÍDER, talvez hoje seja mais fácil identificar os seus próprios padrões de comportamentos e os padrões das pessoas com quem você convive. Porém, é importante salientar que a grande maioria destes padrões de comportamento, muitas vezes repetitivos (os chamados PCR) acontecem de forma inconsciente na vida das pessoas, sendo muitas vezes resultado de uma herança deixada pelos nossos pais.

No decorrer de nossas vidas, e principalmente durante a primeira infância (da concepção aos 6, 7 anos), como o mundo se limita na nossa casa de infância, adotamos ou nos rebelamos aos vários padrões de comportamentos de nossos pais, ou seja, nesta época de nossas vidas, assumimos um comportamento igual a um dos nossos progenitores ou adotamos um comportamento contrário, com a intenção de nos rebelarmos, combatendo a um comportamento dos mesmos. Acaba sendo algo condicionado ao comportamento por alguém externo, e por ser um processo que acontece a nível inconsciente, que em geral envolve uma série de sentimentos e sensações naquela criança que está sendo condicionada, e que acaba também reagindo com vários mecanismos de defesa conseqüentes a essa herança condicionada.

E a partir daí, PRONTO, pode ter se estabelecido algum PCR que continuará se repetindo durante nossas vidas, muitas vezes fazendo com que paguemos um preço alto por adotarmos tal comportamento, até que se torne consciente e se quebre o círculo vicioso do processo.

Desta forma podemos falar de uma herança comportamental, constituída de comportamentos positivos e negativos, onde “recebemos” (de uma forma condicionada e muitas vezes até forçada) principalmente de nossos pais, e também pessoas que fazem partem da infância (que muitas vezes assumem um papel de pais substituíveis).

E basicamente, existem três maneiras pelas quais a criança reage a essa herança:

1) Algumas vezes a criança é capaz de transcender os padrões negativos de seus pais sem um sentimento interior de conflito. Como exemplo, podemos citar um filho de alcoólatras que nunca desejou ou teve vontade de beber, ou de tomar um “porre”, e que, pelo contrário, sempre teve uma relação saudável com a bebida.

Geralmente, conseguimos apenas transcender os padrões não-emocionais, ou seja, aqueles que não estejam relacionados a uma carga emocional intensa para a criança.;

2) Ocorre uma adoção total dos padrões de comportamento dos pais. Por exemplo: você pode adotar um padrão de comportamento negativo “critico” e se tornar:

a. uma pessoa extremamente autocrítica a ponto de ser um fator extremamente limitante em sua vida;
b. ser crítico com os outros;
c. criar situações em que os outros sejam críticos com você.
E se esse for um padrão do pai e da mãe, é duplamente devastador e quase impossível deixar de adotá-lo;

3) Ocorre uma rebelião interna contra um padrão identificado nos pais, porém cria-se um conflito onde mesmo se rebelando acaba-se adotando e agindo da mesma maneira. Por exemplo, você não gosta de um determinado padrão de comportamento de seus pais, então você o suprime e age com um comportamento alternativo; mas enquanto você atua neste comportamento alternativo, uma “voz” negativa dentro de você intensifica o conflito e você acaba tendo direções opostas a que você pleiteava, ou seja , repete o mesmo padrão que você a principio desejava rebelar.



Vamos Simular um Exemplo de Uma das Formas Como Esse Processo Acontece

1. Mãe e/ou Pai não expressam afeição, carinho ou amor um pelo outro ou pelos filhos (são secos); 2. A criança identifica, aprende e adota esse padrão de comportamento por ser a sua referencia, tendo como objetivo comprar o seu amor. É como se a criança respondesse:
a) “Veja mamãe (ou papai), agora eu sou exatamente igual a vocês, incapaz de ser amada e de amar. Eu não sou melhor do que você. Eu não estou acima de você. Agora você me ama?” (adoção)
b) “Oh, mas você não me dá atenção, não me dá apoio, ou não me ama. Tudo bem para você! Eu vou espelhar o seu comportamento negativo. Você não gosta dele mesmo, gosta?” (Rebelar e entrar em conflito)

3. “Eu não ligo o que acontece para mim desde que eu me iguale a você”. (Dói menos se começarmos a agir como espelhos)

Os padrões de comportamento às vezes se repetem a vida inteira num circulo interminável, e quebrar um padrão é interromper este circulo


Os padrões de comportamento às vezes se repetem a vida inteira num circulo interminável, e quebrar um padrão é interromper este circulo.



4. “Oh! Agora eu o fiz, não te amo. Agora você nunca vai me amar. E eu me sinto envergonhado e culpado por agir assim.” (Fase do arrependimento à eu não queria fazer mas acabei fazendo; eu não queria agir assim, mas acabei agindo assim novamente.)

5. “Então para aliviar a minha culpa, eu posso amar para ser rejeitado pelos outros e vou criar o programa de ser incapaz de ser amada”. (antecipação do resultado à sempre foi assim, a culpa é do outro, etc)

6. “Para manter a posição de não ser amado eu adotarei e usarei o mesmo comportamento de minha mãe (ou pai), para ir contra e rejeitar a minha própria necessidade à vou me fechar e me tornar seco”. (o que é isso senão autopunição também !!!)

7. “Agora vocês me amam? Eu sou exatamente igual a vocês.” (não expresso afeição, carinho ou amor um pelo outros ou pelos pais (sou seco)).

E no final das contas, continua cortando as bordas desse presuntão (metáfora do presunto) e se torna emocionalmente seco com seus filhos também.
Será que este ciclo lhe é familiar?

Apesar de tudo isso que foi exposto, eu acredito que hoje seja muito mais fácil para você identificar vários padrões, perceber quais são simplesmente adoções realizadas por sua criança em relação aos comportamentos do seu pai ou da sua mãe, perceber ainda quais, geram conflitos internos entre rebelar x adotar tal padrão, pois , à medida que vivenciamos um processo de autoconhecimento, estamos cada vez mais aptos a estarmos identificando e encontrando novas possibilidade de quebrarmos o círculo vicioso de nossos PCR.

E com certeza um fator primordial para isso é a conscientização. A consciência dos padrões de comportamentos que estamos repetindo ao longo dos tempos e como emocionalmente nos relacionamos com eles. Esse é o primeiro passo para lutarmos e ficarmos livres dos círculos viciosos de repetição.



Fonte: http://www.institutoef.com.br/asp/clicksilvaArtigos03.asp

3 comentários:

Marcely Costa disse...

Ahn.... xD
Mas eu gostei do post. Adooooro psicologia. E eu sempre fico fazendo revisão de mim mesma pra analisar meus comportamentos, pra me melhorar. Mas nem sempre funciona, né? Já que nossas reações são às vezes baseadas nesses padrões de comportamento, sei lá. Por isso além de auto-análise é bom um psicólogo. Todas as pessoas deviam ir num, ninguém é 100% bem resolvido...

Queen of Madness disse...

Amei o post, sério... Porra, 90% dele diz muito sobre mim... Até na parte dos pais alcoolatras... Na parte do "agir como espelho" foi perfeita, tanto é que eu sempre refiro ao meu comportamento como espelho do que o mundo me mostrou...

Ok, não vou me tornar uma pessoa melhor ou me martirizar pra mudar.... Deixa assim, quem não gostar que se foda!!!

kkkkkkkkkkkk

Valeska disse...

Cara, isso me fez pensar e repensar muitas atitudes minhas... foi bom mesmo.