terça-feira, 1 de junho de 2010

O rato

Tem um rato vivendo em minha casa.
Um pequeno roedor, mamifero, possivel portador de sabe-se lá quantas doenças: um RATO!
Mas o rato não é o problema. O problema é a causa do rato, explico:
Há algum tempo as baratas começaram a aumentar, em número e em tamanho. Apesar de morar a cinco minutos do centro, moro também a cinco minutos da uma área rural e em uma pequena chácara, dessa forma, insetos e pequenos animais são rotineiros e as vezes até animais não tão pequenos, como quando um tejo decidiu habitar o telhado, mas essa é outra história. Voltando às baratas, estas não me incomodam, uma chinelada certeira é mais do que o suficiente mas, de uma hora para outra, aquela baratinha que subia pelo ralo da pia uma vez ou outra, se tornou um baratão entrando pela porta da sala, todo dia. E não era apenas um baratão, eram vários.
Comecei a pensar de onde viriam tantas baratas.
Seria mais razoável se fossem aranhas, escorpiões ou grilos, visto que o terreno baldio ao lado já foi, novamente, tomado pelo matagal. A solução  também seria mais imples: botar um bichinho num frasco, levar até o zoo e ter uma conversa amigável com o senhor encarregado pelo setor de limpeza e conservação da prefeitura, lembrando-o que somos contribuintes que pagam seus impostos em dia e que tais animais oferecem grande risco e mais uma boa dose de encheção de linguiça. No dia seguinte estariam aqui os rapazes com as roçadeiras e borrifadores de veneno.
Coincidencia ou não, estava eu regando as plantas quando vi que caiam coisas da portinhola do sotão da vizinha da frente. Essas coisas que caiam eram na verdade entulho. Sim, eles juntavam sucata no sotão da casa e já havia tanta tranqueira, mas tanta mesmo, que não havia mais espaço! E devo dizer, já morei naquela casa, o sotão é enorme!
Adivinham de onde vinham minhas baratas?
Como meus vizinhos são pessoa educadíssimas, muito respeitosas e zelosas e eu, como podem notar, um poço imenso de sarcasmo, tive que apelar para o senhorio, já que a casa é alugada.
Algumas ameaças depois, chamaram o pessoal da cooperativa para pegar algumas caixas de papel e no dia seguinte minha adorável vizinha comentava que as latinhas que haviam juntado no telhado lhe renderam mais de cem reais. Pensem comigo, precisa-se de aproximadamente 75 latinhas para inteirar um kilo todo, o qual é comprado por R$1,15 o kilo... perdoem o palavriado, mas tinha lata pra caralho.
Sem tem o que comer ou onde esconderem-se, os ratos vieram para cá.
E o problema, repito, não são os ratos.
São meus queridos e adorados vizinhos, mas estes, infelizmente, eu não posso matar.

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